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domingo, 9 de março de 2014
Garanhuns antes de 1811 - Por Igor Cardoso
Feira de Garanhuns em 1890 |
Caro Ronaldo, saudações! Excelente matéria sobre a história de Garanhuns!!!
Apenas uma correção: Não procede a informação de que Garanhuns já nasceu independente. Até 1636, o território onde hoje está o Município, até então apenas habitado por índios e quilombolas palmarinos, pertencia ao Município de Olinda. Em 1636, essas terras passaram à jurisdição do recém-criado Município de Penedo.
Pouco tempo depois, foram ocupadas pelos Aranha Pacheco (Fazenda do Garcia), destruídas pelos quilombolas em 1670 e reconstruídas pela família de Simoa (Tapera do Garcia), em cujas terras foram organizados o Julgado e a Freguesia.
Até 1811, portanto, o Julgado e a Freguesia de Garanhuns pertenciam ao Município de Penedo, valendo lembrar que Alagoas só se tornou independente de Pernambuco após a Revolução de 1817 (uma punição de D. João VI a Pernambuco por ter feito a Revolução).
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Igor Cardoso é membro do Instituto Histórico de Geográfico de Garanhuns
AGORA COMIGO: Fazer o quê? Dar a mão à palmatória. Na verdade, a independência que nos referimos é a partir de 1811, seguindo até 1879, quando em nova legislação, Garanhuns foi elevada à categoria de município, mas antes disso, já era vila, e a vila não pertencia a nenhum município.
Antes de 1811, como bem explicou Igor, as terras de Garanhuns pertenceram a outras jurisdições, neste caso, Penedo e Olinda. Penedo pertencia a Pernambuco.
Por isto prova que a Vila naquela época era o município hoje, administrativamente e constitucionalmente falando. E comprova também a importância da descoberta da Carta Régia que dá origem a Garanhuns em 1811.
Quando dissemos que Garanhuns já nasce independente, é que entendemos que o nascimento se dá com a Carta Régia, tanto é que a tratamos como Certidão.
Mais uma excelente aula de história. E nisto, Igor Cardoso é especialista!
DESCOBERTAS HISTÓRICAS: Em 1970, Luís Souto Dourado define feriados de Garanhuns
Depois dos documentos históricos assinados por Alfredo Leite Cavalcanti e Luís da Silva Guerra, chegamos agora a mais uma grande personalidade de nossa história. O ano era 1970 e o prefeito Luís Souto Dourado, que assina a Lei 1.377 de 1970, aliás, uma modificação no texto da lei de 1968, relacionando os feriados de Garanhuns, e nela, mais uma vez, a Data Magna de nossa cidade é 10 de março de 1811.
Em nenhum, vejam bem, nenhum documento apresentado, anterior à Lei de 1975, que preparou a cidade para comemorar o centenário da emancipação, faz-se menção a data de 4 de fevereiro, que passou a partir daquele ano a ser a data comemorada no município, apagando quase 70 anos de história, e fazendo Garanhuns mais jovem que vários outros municípios que fizeram parte de sua jurisdição.
Os recentes documentos apresentados, todos eles descobertos recentemente, buscam resgatar esta história de Garanhuns, ratificando sua importância no contexto da formação do nosso estado e do interior do país.
São duas datas importantes, mas registre-se que a categoria de vila em 1811 era o equivalente a município, com independência jurisdicional, sede de comarca e demais autoridades constituídas. Garanhuns era centro comercial, cidade-polo para centenas de outras localidades, inclusive de outros estados, que somente depois se desmembraram, muitas delas pertencentes a Garanhuns. Não se explicaria este município ser mais jovem que a maioria deles.
Todos os documentos anteriores a 1975 tratam como data de criação de Garanhuns, aquele longíquo 10 de março de 1811, conforme a Carta Régia assinada pela monarquia vigente.
Para conferir os demais documentos:
DESCOBERTAS HISTÓRICAS: Documento de Alfredo Leite Cavalcanti esclarece polêmica em Garanhuns
Depois do documento do ex-prefeito Luís da Silva Guerra, em 1950, que já determinava que o dia 10 de março de 1811 como Data Magna do município a ser comemorada com um feriado. Vamos trazer agora um dos maiores nomes da nossa cultura, na mesma ocasião.
Alfredo Leite Cavalcanti foi escritor, aliás, é dele um dos mais importantes livros de nossa história. Hoje, seu nome batiza nosso Centro Cultural. Para surpresa do próprio presidente atual da Casa Raimundo de Morais, Audálio Ramos Filho, Alfredo Leite também foi vereador, e foi na Casa Legislativa que, de próprio punho, o ilustre intelectual escreveu uma emenda ao substitutivo que menciona os feriados de Garanhuns, e mais, já chamando nossa Data Magna como o "Dia de Garanhuns", a exemplo do que pretende fez a atual legislatura municipal, que resgata a história, recompondo culturalmente nossa cidade na tradição de outrora.
Relembrando. Em 1979 tivemos uma grande festa para comemorar o centenário da passagem de vila para cidade de Garanhuns. De lá pra cá, nosso município modificou a Data Magna. Mas a história remonta muito mais no tempo, pois antes disso, e até por justiça histórica, nossos antecessores sempre comemoraram a real data em que a Vila de Garanhuns foi criada através da Carta Régia do Império. Por isto estes registros são importantes. E tem mais a ser publicado.
Agora, Garanhuns reencontra sua história.
Transcrevemos o documento:
Emenda ao substitutivo ao Projeto 3º-III-50
Proponho que se emende o substitutivo ao projeto Nº 1-III-50 adcionando-se ao art. 1º com inclusão do dia 10 de março - por ser a data da creação da Vila de Garanhuns por carta Régia de março de 1811.
Ficando esta data denominada "Dia de Garanhuns"
Sala das Sessões da Câmara de Vereadores em 28 de Agosto de 1950
Alfredo Leite Cavalcanti
Dispensados os instrumentos legais
Aprovado unanimamente em primeira discussão
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