Manifestação de simpatizantes de Bolsonaro causa tumulto no Rio e em São Paulo
Manifestações organizadas por simpatizantes do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) causou tumulto na tarde de hoje (3) na Avenida Paulista, região central de São Paulo, e também no Rio de Janeiro.
Em São Paulo, o grupo de cerca de 50 pessoas trocou insultos e provocações com transeuntes que frequentavam a via, que fica fechada para carros aos domingos. A Polícia Militar teve de intervir para evitar agressões.
Os manifestantes, que carregavam bandeiras do Brasil e do estado de São Paulo, tiveram de
seguir escoltados por um cordão policial para evitar novas confusões. Alguns usavam camisetas com a foto do deputado e cartazes em que diziam que Bolsonaro é a favor da punição de estupradores.
Após percorrer parte da Paulista, o grupo desceu a Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, no sentido centro.
No Rio, o ato reuniu pouco mais de cem pessoas, na Barra da Tijuca, bairro da zona oeste do Rio, também pela manhã. O parlamentar será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de incitação ao estupro e injúria. Também sofre processo no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar.
O convite para manifestação postado no Facebook fala em "repúdio à ação recebida pelo STF por suposto crime de 'Incitação ao estupro', movido pela Dep. Maria do Rosário e outros(as)".
No dia 21 de junho, por quatro votos a um, os ministros da Primeira Turma do STF acolheram denúncia da vice-procuradora geral da República Ela Wiecko e abriram ação penal contra Bolsonaro por ele ter declarado, em 2014, que "não estupraria a deputada federal Maria do Rosário (PT/RS) porque ela não mereceria".
Bolsonaro compareceu ao ato de apoio, ocorrido entre 11h e 14h. O parlamentar discursou em cima de uma van, cantou o hino nacional e, ao final, pulou sobre a plateia no melhor estilo "astro pop". O deputado foi carregado por manifestantes vestidos com camisas com sua foto e a inscrição "Bolsomito". Outros atos em apoio a ele estavam previstos para este domingo em São Paulo e Brasília.
Tortura
Bolsonaro também responde processo no Conselho de Ética da Câmara, acusado de apologia ao crime de tortura. O deputado foi alvo de uma representação do PV por ter homenageado o coronel Carlos Brilhante Ustra em seu voto durante a sessão aprovou a abertura do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, em abril.
O militar lembrado pelo parlamentar foi chefe comandante do Destacamento de Operações Internas (DOI-Codi) de São Paulo no período de 1970 a 1974. Em 2008, tornou-se o primeiro militar a ser reconhecido, pela Justiça, como torturador durante a ditadura.
Em sua defesa, o deputado alegou que possui imunidade parlamentar para expressar sua opinião.
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